Left Hand Path

Autonomia e ruptura em "Left Hand Path" do Entombed

"Left Hand Path", do Entombed, gira em torno da rejeição de qualquer autoridade religiosa ou moral externa. A letra deixa isso claro em versos como “I am my own God” (Eu sou meu próprio Deus) e “Master slave and I will be beyond the grave” (Mestre, escravo, e eu estarei além do túmulo), mostrando uma postura de autonomia radical. O título e o conceito da música vêm do termo esotérico "Caminho da Mão Esquerda", que a banda conheceu por meio de "The Satanic Bible" de Anton LaVey. Esse caminho simboliza a busca pelo empoderamento individual e a recusa de dogmas, principalmente os cristãos. Isso aparece quando o narrador afirma "escreve sobre a testa do redentor impotente" e chama essa figura de "verdadeiro Príncipe do Mal", invertendo símbolos cristãos para reforçar a ideia de que cada pessoa deve ser responsável por seu próprio destino e moralidade.

A música também critica a autoilusão e a dependência de promessas religiosas, como em “Self deceit is the true golden rule” (A autoilusão é a verdadeira regra de ouro). O tom desafiador se mantém em frases como “Live your own life you're gonna die your own death” (Viva sua própria vida, você vai morrer sua própria morte), destacando a inevitabilidade da morte e a importância de viver segundo a própria vontade, sem esperar por salvação divina. No final, “What man has created / Man can destroy” (O que o homem criou / O homem pode destruir) reforça que todas as estruturas de poder e crença são humanas e podem ser desfeitas, completando a mensagem de autossuficiência e ruptura com tradições impostas.