não fecho com o BATMAN (Coringa)

Rebeldia e crítica social em “não fecho com o BATMAN (Coringa)”

Em “não fecho com o BATMAN (Coringa)”, ÉoDan vai além de uma simples referência aos quadrinhos. Ao afirmar que está do lado do Coringa e não "fecha com o Batman", o rapper adota uma postura de rebeldia e questionamento das normas sociais. O Coringa, aqui, representa quem desafia a ordem e a autoridade, sendo visto não apenas como um louco, mas como alguém com uma genialidade marginal. Isso fica claro no verso: “Não é um louco, só é um gênio / Que acabou de vir pra festa”, onde a loucura do personagem é tratada como uma resposta criativa e debochada a um mundo que não oferece opções justas para quem está à margem. Essa identificação com o caos e a anarquia do Coringa se conecta ao histórico de ÉoDan em abordar injustiças sociais, sugerindo que "coringar" é uma reação à opressão e à falta de oportunidades.

A música é marcada por ironias e provocações, como em “Vi um morcego levitando na minha frente, eu baleei / Quer uma piada mortal? Sou seu pai, te Batzei”, onde ÉoDan subverte a imagem heroica do Batman, ridicularizando-o e se colocando como protagonista. O refrão “Não fecho com o Batman / Que ele não ginga” traz um toque brasileiro, indicando que o Batman, símbolo da ordem, não tem a malandragem e a flexibilidade necessárias para sobreviver no caos de "Gotham" – uma metáfora para a realidade urbana do Brasil. Ao longo da letra, referências à cultura pop e à ostentação, como “pareço o It” e “Alerquina trajada de Amiri”, misturam humor, crítica social e uma celebração do lado "vilão" como forma de resistência. O convite para "fazer a risada do Coringa" é, no fundo, um chamado para rir do absurdo e não se submeter diante das adversidades.