The Mass

Reflexão sobre destino e espiritualidade em “The Mass”

Em “The Mass”, o ERA utiliza uma língua inventada inspirada no latim para criar uma atmosfera universal e atemporal. Essa escolha permite que a música desperte emoções profundas sem se limitar a significados literais, tornando a experiência mais sensorial e aberta à interpretação. A faixa é fortemente influenciada por “O Fortuna”, de Carl Orff, famosa por sua dramaticidade e por abordar a instabilidade da sorte e do destino. Isso fica claro em versos como “Semper crescis / Aut decrescis / Vita detestabilis” (Você sempre cresce / Ou decresce / Vida detestável), que ressaltam como a vida oscila entre momentos de ascensão e queda.

A letra também destaca a transitoriedade do poder e da riqueza, como em “Egestatem / Potestatem / Dissolvit ut glaciem” (Pobreza e poder se dissolvem como gelo), sugerindo que nada é permanente. O refrão repetitivo com “Divano messiah” e suas variações, mesmo sem tradução direta, reforça a busca espiritual e a sensação de transcendência. Já a expressão “Corde pulsum tangite” (Toquem o pulso do coração) funciona como um convite à empatia e à conexão emocional diante das incertezas da vida. Assim, “The Mass” propõe uma reflexão sobre a dualidade da existência humana, alinhando-se à proposta do ERA de criar músicas que vão além do racional e tocam o espiritual.