O Caderninho

Romantismo juvenil e inocência em “O Caderninho” de Erasmo Carlos

Em “O Caderninho”, Erasmo Carlos utiliza a imagem do caderno escolar como metáfora para expressar o desejo de proximidade e intimidade com a pessoa amada. Ao se imaginar como o caderninho da garota, ele revela um amor juvenil, puro e sem segundas intenções, característica marcante da Jovem Guarda. O caderno, objeto presente no dia a dia dos adolescentes, simboliza a vontade de estar sempre por perto, acompanhando a rotina da pessoa querida, seja na escola ou em casa.

A letra transmite sentimentos de carinho e saudade, especialmente ao mencionar o desejo de ser "aberto" e "estudado" pela amada, o que sugere uma vontade de ser compreendido e notado. O trecho “ao ver revelado em seu caderninho o meu rosto / lhe olhando dizendo baixinho / Benzinho, eu não posso viver longe de você” destaca a delicadeza desse sentimento, mostrando um amor discreto, quase tímido, mas muito presente. O contexto da Jovem Guarda, com sua atmosfera leve e romântica, reforça essa leitura, fazendo de “O Caderninho” um retrato fiel do romantismo adolescente dos anos 1960 no Brasil.