Mulher (Sexo Frágil)

Força e admiração feminina em “Mulher (Sexo Frágil)”

“Mulher (Sexo Frágil)”, de Erasmo Carlos, desconstrói logo no início o estereótipo sugerido pelo título. O cantor afirma que é uma “mentira absurda” considerar a mulher frágil, destacando que a verdadeira força está com elas. A música foi composta em parceria com Narinha, esposa de Erasmo, o que traz um olhar íntimo e realista sobre o cotidiano feminino, especialmente no ambiente familiar. A letra valoriza a mulher como o centro da casa, mostrando sua sabedoria e a capacidade de cuidar de todos, como nos versos: “Quatro homens dependentes e carentes / Da força da mulher”. Essa ideia também aparece na capa do álbum, que gerou polêmica ao mostrar Erasmo sendo “amamentado” por Narinha, simbolizando a dependência masculina.

A canção também traz nuances que geram discussões atuais, como no trecho: “Satisfaz meu ego, se fingindo submissa / Mas no fundo me enfeitiça”. Aqui, Erasmo sugere que a aparente submissão feminina é uma escolha estratégica, invertendo a lógica tradicional de dominação masculina. Apesar disso, algumas interpretações contemporâneas apontam que a música ainda traz traços de uma visão machista, ao sugerir que a mulher deve “satisfazer o ego” do homem. No entanto, o foco principal da canção é a admiração pela força, inteligência e generosidade da mulher, expressa de forma leve e direta, especialmente no refrão: “Sou forte, mas não chego aos seus pés”. A participação de Narinha na composição foi fundamental para dar autenticidade à homenagem, tornando a música um marco no reconhecimento do papel feminino no dia a dia.