Pega Na Mentira

Ironia e crítica social em "Pega Na Mentira" de Erasmo Carlos

"Pega Na Mentira", de Erasmo Carlos, usa o humor e o exagero para criticar como as mentiras e boatos se espalham facilmente no Brasil. A letra apresenta situações absurdas, como “Zico tá no Vasco, com Pelé” e “Vi Papai Noel numa favela”, para mostrar que, mesmo quando algo é claramente improvável, ainda pode ser repetido como se fosse verdade. O refrão, “Pega na mentira, corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela”, faz referência a uma expressão popular usada para desmascarar mentirosos, reforçando a ideia de que é preciso confrontar a desinformação de forma direta.

O tom irônico e leve da música é típico do trabalho de Erasmo Carlos nos anos 1980, quando ele abordava temas sociais com sarcasmo. Ao citar frases como “Acabou-se a inflação” ou “O Brasil não gosta de novela”, Erasmo ironiza situações que, na época, eram obviamente falsas, usando o exagero para provocar reflexão sobre o que é ou não verdade. Assim, a música funciona como uma sátira à credulidade popular e à cultura dos boatos, mostrando que, muitas vezes, as mentiras mais absurdas acabam sendo aceitas sem questionamento.