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À Beira da Calçada

Erich Cobrah

Hoje o dia parece estar calmo
Crianças brincam felizes no parque
A chuva passou e veio o Sol
É mais uma tempestade que parte

Mas meu tornozelo dói
E a ferida não cicatrizou
Este tumor é grande e corrói
E o eterno há muito tempo cessou

Mas o céu está aquecido agora
As núvens escuras já foram embora
Sobraram destroços, mas acendo um incenso
De que vale a vitória se o massacre é imenso?

Um dia disseram que se eu quisesse aprender
Deveria sentar-me na calçada e ver
O simples da vida na pureza do ser
Nascer, viver, amar e morrer

Mas a dor no tornozelo não passa
Perdi muito tempo com medo da vida
Uma atitude como essa é ingrata
E não há mais remédio pra curar a ferida

Mas agora estou sentado à beira da calçada
Um par de meias aquece meus pés
Não tenho medo da vida. De mais nada
Se nasce, se vive. Se ama, se morre
Hoje eu sei

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