Resenha do Arrocha 2.0

Carnaval, irreverência e duplo sentido em “Resenha do Arrocha 2.0”

“Resenha do Arrocha 2.0”, de J. Eskine, se destaca pela forma irreverente com que mistura situações do dia a dia, gírias baianas e duplos sentidos, criando uma narrativa caótica e divertida que reflete o espírito do Carnaval e da cultura popular de Salvador. Logo no início, o verso “Se for pra me escutar e leva a sério nem escute” já define o tom descontraído da música, mostrando que o objetivo é entreter e provocar risadas, sem compromisso com a seriedade. Frases como “solta a larissa em qualquer lugar” e “bota o loló pra cima” exemplificam o uso de ambiguidades e insinuações, típicas do arrocha e do pagodão baiano, podendo ser entendidas tanto como referências a festas e danças quanto a situações de duplo sentido sexual.

A música também faz sátiras ao cotidiano, como em “Só aceita pix, né, amor?”, ironizando a modernização dos pagamentos até em contextos informais e sugerindo uma crítica bem-humorada à mercantilização das relações. O uso de onomatopeias e blocos como “A-bu-bu-bu” reforça o clima de festa e espontaneidade, além de dialogar com a tradição de criar sons e coreografias virais, especialmente populares no TikTok, plataforma que ajudou a impulsionar o sucesso da faixa. Trechos como o do “micro-ondas” e “ele esquenta pra nós empurrar” misturam humor sexual com referências ao cotidiano, enquanto a menção ao “peru” na ceia de Natal brinca com o trocadilho entre o prato típico e o órgão sexual masculino. Assim, a música celebra a criatividade, a liberdade e o humor característicos da cultura baiana, consolidando J. Eskine como um dos nomes mais criativos do Carnaval de 2025.