Resenha do Arrocha 4.0

Sexualidade e status em "Resenha do Arrocha 4.0" de J. Eskine

A música "Resenha do Arrocha 4.0", de J. Eskine, chama atenção pelo tom abertamente sexual e pelo uso de gírias urbanas para criar um cenário de festa, desejo e ostentação. Um ponto importante é como a letra vai além da sensualidade explícita e aborda também a busca por pertencimento e status dentro de um grupo. Isso aparece em versos como “Montei minha equipe, foi vários planos / Pra eu ver minha gangue sorrir”, mostrando que o reconhecimento social e a valorização da coletividade são temas centrais. O sexo, nesse contexto, é tratado como uma forma de prestígio, tanto para o artista quanto para as mulheres citadas, como em “Vou te comer só pra levantar seu voucher / Aí tu vai poder dizer que sentou pro menor selvagem”, onde o ato sexual se torna uma espécie de moeda de valorização dentro do universo retratado.

J. Eskine, que se autodenomina “O Gângster do Arrocha”, aposta em letras ousadas e diretas para fortalecer sua identidade artística e se conectar com o público jovem e urbano. Expressões como “trava, ela vem quicando” e “joga a bucetinha pro pai” reforçam o uso de gírias e duplos sentidos típicos do arrocha atual, onde a sensualidade é levada ao limite e a performance sexual vira tema principal. A citação de nomes como Laizzao, Donk e Alê cria um ambiente de festa entre amigos, reforçando o clima de celebração e irreverência que também aparece nas ações promocionais do lançamento, como a “Casa da Resenha”. No geral, a faixa retrata de forma direta e sem filtros a cultura das festas e dos relacionamentos casuais, onde prazer, poder e reputação se misturam de maneira provocativa.