Ermo
Eugenio Leandro
Essa noite eu sonhei que te beijava
E ao despertar desesperado e ermo
No peito o fogo de um vulcão em lava
Chorava o meu pesar de amor enfermo
Que sonho venturoso me alentava
Que as minhas aflições tiveram termo
Só lembro que em teus braços soluçava
Liberto do desterro estranho ermo
Mas despertei e estou aqui cativo e mudo
Nada me alegra, meu coração em guerra
Procuro em vão da paz glorioso escudo
E vou carpindo esse amargor que aterra
Minha alma triste meu olhar sisudo
E tudo escuro e ermo, tudo, tudo
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