O Calçadão
Evandro Zamberlan
Na antiga Primeira Quadra
Minha semente surgiu
Meus pais trocaram olhares
Num velho domingo de abril
Vivi teu mundo, desde cedo
Teus encantos descobri
Num doce ou num brinquedo
A alegria de um guri
Mas também te maltratei
Nos impulsos da idade
A trote, bixo virei
Pra te sujar sem piedade
Foste o palanque de tantos
Que honraram o teu passado
Mulatos, negros e brancos
Freires, Veppos e Machados
No passeio e na passeata
No espinho e na flor
No chinelo e na gravata
No mendigo e no doutor
No conto e na bravata
Na alegria e na dor
És reduto democrata
De um povo de valor
És trajeto e parada
A conversa e a escrita
A cidade revisada
Na tua Boca Maldita
Mas a dor também te ataca
Se um gesto inconsequente
Na covardia de uma faca
Leva um jovem inocente
Templo de Santa Maria
Meu velho e bom Calçadão
Renasces, a cada dia
Aos que pisam no teu chão
Em ti hei de achar o meu norte
Um amor em meu caminho
Ou, então, a grande sorte
Num bilhete do Paulinho
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