Sick

Resistência coletiva em “Sick” contra controle da indústria

A canção começa no singular: “There’s nothing that can change the way I feel” (não há nada que mude o que eu sinto), mas logo se expande para um “nós” combativo em “We will not follow” (nós não vamos seguir). A passagem do íntimo ao coletivo transforma o desabafo em recusa organizada. A repetição de “Sick of it all” (de tudo isso) martela a exaustão como palavra de ordem. A narradora confronta uma pessoa ou estrutura que a sufoca: “Oceans between us” (oceanos entre nós) marca o distanciamento, e “I can still taste the poison” (ainda posso sentir o veneno) resume o desgaste de promessas vazias. “This bottomless pit of lies / behind closed eyes” (esse poço sem fundo de mentiras / por trás de olhos fechados) aponta para mentiras mantidas às escondidas e cegueira conveniente, com manutenção de aparências típica de bastidores.

O contexto reforça o alvo: “Sick”, do álbum Evanescence (2011), nasceu da frustração criativa de Amy Lee com a gravadora, sentindo-se incompreendida — o “estou farta disso!” ecoa em “Sick of it all”. Versos como “Someday the light will break through / And nothing you tell yourself will save us from the truth” (um dia a luz vai romper / e nada do que você disser a si mesmo vai nos salvar da verdade) soam como recado a quem sustenta o sistema por autoengano, valendo também para um relacionamento tóxico. “Hold on, little girl” (aguenta firme, menina) pode ser autoencorajamento ou chamado a fãs e mulheres jovens; em ambos, “the end is soon to come” (o fim está prestes a chegar) projeta libertação. O tema se amplia: autonomia, corte de laços envenenados e busca de verdade, convertendo cansaço em ação coletiva.