Que Bandeira

Liberdade e irreverência em "Que Bandeira" de Evinha

"Que Bandeira", interpretada por Evinha, aborda o fim de um relacionamento com leveza e ironia, transformando o drama da separação em algo quase divertido. A expressão "Que bandeira que você deu" é uma gíria dos anos 1970, usada para apontar quando alguém se expõe ou demonstra ciúmes e sofrimento de forma exagerada. Ao dizer "caretice tua chorar", Evinha critica atitudes vistas como antiquadas ou dramáticas demais diante da decisão de seguir em frente, reforçando um tom direto e irreverente.

A letra destaca a busca pela liberdade individual e o direito de mudar de rumo, como nos versos "Sou dono de mim e faço o que quiser" e "Todo mundo tem direito de mudar". Evinha mostra que, ao insistir em cobranças, o outro apenas revela insegurança, enquanto ela já encontrou autoconhecimento e tranquilidade. Mesmo admitindo que ainda sente algo – "Sigo te querendo, te cantando, procurando uma desculpa" –, a narradora valoriza a independência conquistada. O verso "Naquele papel eu ia pro pinel" indica que, se continuasse presa à relação, acabaria enlouquecendo, ressaltando a importância de priorizar o próprio bem-estar. A mistura de funk, soul e MPB reforça o clima de liberdade e autoafirmação, características marcantes da música brasileira dos anos 1970.