Pornograffitti

Crítica à cultura pop e sexualização em “Pornograffitti”

O título “Pornograffitti”, criado pela banda Extreme, une as palavras "pornografia" e "grafite" para destacar como o sexo se tornou parte do cenário cotidiano, tão presente quanto pichações nos muros das cidades. A letra aborda a saturação do tema sexual na vida moderna, mostrando como ele está em todos os lugares, da mídia — “Sex on TV / Rotation heavy” (Sexo na TV / Alta rotação) — até os pensamentos mais íntimos — “Sex when I'm all alone / It calls me on the phone” (Sexo quando estou sozinho / Ele me chama ao telefone). O trecho “Sex in 3D / No evil eyes see / Too much of it and you'll go blind” (Sexo em 3D / Nenhum olho mal vê / Excesso disso e você ficará cego) faz um jogo de palavras, misturando o clichê sobre masturbação com a ideia de que o excesso de estímulo sexual pode nos cegar para outras questões importantes.

A música também critica a hipocrisia social: o sexo é tratado como algo onipresente e até "constitucional", mas ainda assim há tentativas de censura — “But censor where you all can go” (Mas censurem onde quiserem). O refrão “All I see is pornograffitti / All I hear pornograffitti” (Tudo o que vejo é pornograffitti / Tudo o que ouço é pornograffitti) reforça como a sexualidade virou um ruído de fundo impossível de ignorar. Ao ironizar posturas moralistas com “Speak no evil” (Não fale o mal) e concluir com “Sex sells” (Sexo vende), a banda expõe a exploração comercial do sexo e a superficialidade com que o tema é tratado, fazendo uma crítica que, embora nascida nos anos 90, segue atual.