Puta

Liberdade e desejo intenso em "Puta" do Extremoduro

Em "Puta", do Extremoduro, o uso do termo "puta" no refrão vai além de um simples insulto. Aqui, a palavra assume um tom de desafio e liberdade, representando tanto a rebeldia do narrador quanto a da mulher desejada. No contexto espanhol, esse termo é frequentemente usado para expressar irreverência, e a banda utiliza isso para reforçar a ideia de uma paixão que rompe com padrões e convenções, algo recorrente nas letras diretas e provocativas do grupo.

A música explora uma obsessão intensa, onde o desejo pela mulher é tão avassalador que tudo ao redor perde o sentido: "Que nada me interesa de alrededor". As imagens de subir em árvores, enxergar "milhares de olhos" na escuridão e conversar com a Lua criam um clima de delírio e fuga da realidade, sugerindo que essa paixão serve como uma forma de escapismo. A mulher é vista como fonte de loucura e excitação, comparada a uma droga ou feitiço, como em "buscando esa droga que tal vez no exista". O narrador se entrega completamente a esse sentimento, mesmo que isso o leve à autodestruição ou à solidão, evidenciado pela tristeza silenciosa da "lagrimilla" que escapa sem permissão.

No refrão, a "princesa" compete com a Lua para ver "quién es más puta" (quem é mais livre, ousada, fora dos padrões). Essa disputa não é sobre moralidade, mas sobre quem se permite viver com mais intensidade, sem medo do julgamento. No fim, a música se destaca como um grito de liberdade, desejo e inconformismo, características marcantes de Robe Iniesta e do Extremoduro.