Chá de Sumiço (num prato de munguzá)
Fabrício Ramos
Foi diferente quando eu te conheci
Virgem Maria eu nunca vi algo danado pra brilhar
Eu meio doido e acho que não foi só isso
No meio desse rebuliço eu me vi apaixonar
Você pequena me pegou desprevenido
Tomei um chá de sumiço num prato de munguzá
Fiquei cantando que nem cigarra vadia
Trocando a noite por dia para te ver passar
Meu pé caleja sem dinheiro pro transporte
Acho que a tal da sorte não chegou mas vai chegar
Desembocando no mato da ribanceira
Na água da cachoeira eu vejo o lixo nuclear
Não há riqueza na mesa do pobrezinho
Mas pra construir desgraça muita riqueza há
Porta fechada na cara boa da vida
E aquela porta errada eu duvido alguém fechar
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