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Fone Maldito

Facção Central

Letra

    É hora do perigo e o mano com problema
    E acha que a saída está num só telefonema
    E vai, disca 190, faz contato com a polícia
    Expõe seu desespero, faz um tempo e nem notícia
    Mais um no saco por incompetência de alguns policiais
    Que no momento estavam num boteco ou dando um tiro
    Que lei tão eficaz, que não mediram a consequência da sua grande falha
    Era ocorrência de pobre, passou batido, bando de canalhas
    Se tivesse um dinheiro havia resultado
    Um acerto na parada e o caso estava encerrado
    Segurança nota 10, nenhuma putaria
    É tipo esquema que eles fazem em bares, em padarias
    Um seguro que eles dizem ser a proteção contra assaltos, bandidos
    Mas não, contra a sua própria extorsão
    Esquema de eliminações, cúmplices e justiçeiros
    Dupla infalível, unha e carne, o mesmo preço
    Viaturas se aproximam, começa o desespero
    Será que é a minha hora, eu vou sobrar, ficar inteiro?
    E no dp já esquematizam a chacina do dia
    Revólveres, muita bala, apenas a mesma rotina
    Roubo à banco, denarc, rota, tático sul, do centro à zona leste
    Enfim a zona sul, a parte pobre tá ligada da inútil segurança
    Que ficar longe da polícia é a maior esperança
    Desde criança eu sou cabreiro, atento e bem esperto
    Ligado que menor é o prato predileto e por isso eu nada espero
    Ajuda eu nem quero e nem na hora da minha morte eu discarei 190.

    Desse jeito para que então existe a lei?
    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte
    Desse jeito para que então existe a lei?

    É lamentável mas é fácil a contagem de presuntos
    De cada três no saco a pm tem um defunto
    Não é apenas o meu resumo o número de cabeça
    Qualquer mano consciente tem a mesma certeza
    São táticos na nossa exibição de idiotice
    Embalos e menores morrem mais, consulte os índices
    Extermínio de moleques, arrasaram a detenção
    Tá limpo, tudo em casa, não se foderam não
    E o maldito batalhão de choque inocentado
    Por cretinos, malditos que estão do mesmo lado
    Só apóiam a polícia os ricos filhos da puta
    Que nunca precisaram ou a trombaram pela rua
    Quem conhece fica esperto, só de olho aberto
    Rezando para as táticos nem chegarem perto
    Justiçeiros bem armados, de automóvel é embaçado
    Acerto com esses manos é o jeito, é bem provável
    São movidos a dinheiro e acerto de toca-fitas
    Ladrão passa batido com uma peça ou cocaína
    Quem se fode são os que não tem seguro nem nada
    São sempre os encontrados estirados de quebrada
    Patrimônio de polícia é velório de pobre
    Marca registrada que ela própria nem encobre
    Na tv uma entrevista, era um deles ao certo
    Dizendo que matou mas todos foram pro inferno
    190 é o fone e as pessoas desse tipo
    Aí é com você então, vai de fone maldito?

    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte
    Desse jeito para que então existe a lei?

    Pega trote tem, pega ladrão não implantaram
    Se implantaram é pra pobre, em boy nunca usaram
    É bem mais fácil encarteirar favelados do que playboys
    É simples e conveniente, ninguém se dói
    É hipódromo, febém, detenção, dp
    Confira e veja o resultado, é fácil enetnder
    Só tem pobre na cadeia e quem prendeu foi a polícia
    É só parcialidade, pilantragem cometida
    E a própria vida corre risco num estilo bem racista
    Pretos marginais, polícia assim nos identifica
    Mão na cabeça e uma carteira registrada
    Um mano bem humilde mas que deu uma grande entrada
    É que eixou transparecer a sua classe social
    Pra gente normal, mas não prum puto de um policial
    São histórias parecidas, casos nunca apurados
    Mortes rotineiras, inquéritos são formados
    Jogados empoeirados num canto da delegacia
    Só esperando um milagre, que os apurem um dia
    Enquanto isso a polícia faz o que ela quer
    Uma tático num bar e um gambé bebendo seu café bem sossegado
    Maldito nem se preocupa, quer que se fodam todos os pobres
    Que filho da puta
    Com ocorrência ou sem ocorrência não vai atender
    E os outros três com ele pensam igual, então fazer o que?
    O cerco policial a todos pobres e pretos
    E os boyzinhos no seguro usam todas mesmo
    Família pobre, insegura que vive com isso
    Sei que concorda comigo e também acha esse fone maldito.

    Desse jeito para que então existe a lei?
    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    190, então arrisque a sua sorte
    190, disque para a morte
    Disque 190 e arrisque a sua sorte


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