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Nada É Mais Como Antigamente

Facção Central

LetraSignificado

    Final feliz, eu sempre quis
    Um carango, uma goma, paz, uma vida feliz
    Bem humilde, esquecido como toda quebrada
    As coisas boas não foram ensinadas
    Ninguém é santo, mas aqui não tem demônio, morou?
    Se tem 12, 1-5-7, é que o Brasil plantou
    Desde pivete, Choque, barulho de tiro
    Cadáver no chão, com tiazinha gritando: Ajuda meu filho!
    Ninguém nunca respeitou nossos direitos
    Deram crack, uma Glock de pente cheio
    A mesma que eu uso pra roubar no sinal
    A que passa batido pelo detector de metal
    Em Alphaville é piscina, vigia na guarita
    Aqui é professor de 15 em 15 dias
    Tem Ingram M10, Taurus, Beretta
    Pra defunto, tá aqui a receita
    O Brasil dá o cachimbo, a pedra, a cinza
    Depois é um caixão a mais pra polícia
    Cansei de ver meus manos indo nessa
    10 a 0 pro crack, é o placar da guerra
    Da lâmina do gilete à chama alta do isqueiro
    Vira fumaça qualquer conselho
    Pacto com o demônio já registrei, tô saindo fora
    Não quero luto, ainda mais por porra de droga!
    Nem me ligo nessa merda, má lembrança do crack
    A casa caiu Dum Dum, logo o Denarc
    Não reconheço meus manos por pouco
    Trocando tiro, penhorando a roupa do corpo
    Ouvi meu mano me pedindo: Pelo amor de Deus!
    Uma inteira pra droga, que que aconteceu?
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Agora é crack, enterro, infelizmente

    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente

    Eu tô falando aqui também da parte mais fudida
    Aonde vale muito o crack e nada a sua vida
    Do lado da cadeia, do lado da cocaína
    Mano preso, artigo 12, maldita rotina
    A cada esquina, preto-e-branco só ganhando a lança
    Investigador de ganso a mais de uma semana
    Querendo te ver na maca do hospital
    Querendo sua mãe no Instituto Médico Legal
    Carro derrapando, revólver engatilhado
    E o crack permanece lá, enquadro após enquadro
    Levando sua jaqueta, seu tênis, seu dinheiro
    Te dando uma cela ou flores no seu enterro
    Tá no shopping, na faculdade, na mansão
    Só que lá não tem tiro no peito nem detenção
    O PM só explode o traficante da favela
    O boy que traz a droga não morre na cela
    Tanto velório, tanto tiro, tanta morte em vão
    Tanto gambé que se promove matando ladrão
    Eu me lembrei das famílias, eu me lembrei dos manos
    Sangue no olho e de que jeito estavam terminando
    Dando motivo pra essa porra de polícia maldita
    Norte, Sul, Leste, Oeste, periferia
    Tô com vocês e tal, mano humilde, Eduardo
    Só que à pampa do veneno, distante do prato
    Não quero a Duda, a Fá, a Gabi no meu velório
    Por porra de droga não decreto meu óbito
    Dispensa esse papel, destrói esse cachimbo
    Se valorize mano, segure o seu artigo
    Sem essa de cocaína, sai dessa de crack
    Bem longe da Rota e Denarc
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Agora é caixão, infelizmente

    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente
    Tem algo errado aqui, não é mais como antigamente


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