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Em Nome da Honra

Facção Central

LetraSignificado

    O corno de patente joga água no meu corpo
    Pra aumentar os volts pro choque vir em dobro
    Se eu não der um nome, um telefone, um cep
    Vai dar pra puta dele um casaco com minha pele
    90% das confissões nos distritos
    São com tortura, é o único modo investigativo
    Não é por justiça que fraturam minha espinha dorsal
    É pra amenizar a cobrança do jornal
    Em ano eleitoral no DP chacina vira agressão
    Estatística é maquiada pra tentar reeleição
    Governador eu vou mijar no seu comercial
    Meu BO vai pros autos da incompetência policial
    Seu choque dói menos que pedir alimento pro vizinho
    Ô de casa! Outra vez fingiram que saíram
    A Etiópia tem filial no Grajaú
    No mano sem gás comendo os bagulhos cru
    Sou o bilhete escolar sobre os buracos no Conga
    Os piolhos ferindo a cabeça toda
    Minha coroa já preparou o psicológico
    Pra levantar pano branco e ver minha etiqueta de óbito
    Desmaiar no portão em busca de informação
    Enquanto chutam de letra um crânio na rebelião
    Autorizo minha eutanásia, mas daqui não sai pista
    Vou merecer a Ruger me resgatando da delegacia

    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia

    Eu sabia que devia ter atirado no palanque
    Com rifle pra abater elefante
    Posto explosivo no microfone pra na hora da promessa
    3, 2, 1, 0, bum! Chuva de célula
    Pra comemorar um carrapeta com bandeira
    Vinho na fogueira, alcatra na churrasqueira
    Se todo político vomitasse sangue
    Eu não ia ter que cortar carro no desmanche
    Nem sonhar em sequestrar um American Airlines
    E mandar os passageiros pelos ares
    Eu não ia tá algemado nessa porra de cadeira
    Queimado com cigarro vendo dente na sala inteira
    Maldita hora que eu matei o dono do posto
    Que o frentista cagueta viu meu rosto
    De uniforme, calo na mão, tive compaixão
    Ai o cuzão me apontou na averiguação
    Vou ser afogado na privada pelo investigador
    Fiquei distante das ações na bolsa de valor
    O boy tá livre da nuca esmagada com taco de hóquei
    Livre pra apostar nos cavalos do jóquei
    É assim eu aqui pisoteado como barata
    E os que eu protejo abrindo Antárctica e sem intenção de carta
    Meu silêncio não pede nem advogado
    Só quero olhar de respeito pro meu caixão lacrado

    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia

    70 horas sem comida, sem água
    Na paulista os boys de branco fazendo passeata
    Querendo um bode expiatório, um suspeito, um nome
    Alguém pra apedrejar, culpado ou não querem um homem
    Dona Maria, pra que essa vela acesa?
    Os ricos tão cagando pra o que você tem na mesa
    Só querem seu voto, seu ibope em transe
    Seu pulmão com a nicotina deles, com câncer
    Chora por quem na chuva pega doença de rato
    Perde seus eletrodomésticos no meio do barro
    Só entende quem não tem os 15 do pão francês
    Quem carrega caixa de Halls, Suflair das 6 as 6
    Sou o filho que viu o pai na frente do júri
    A mãe pra pagar advogado vendendo Yakult
    Que moral tem pra julgar um país em terceiro
    Entre os que mais mata jovens segundo a UNESCO
    No olho do delegado reflete meu túmulo
    Matei seu sonho de me ver no P.A. do seguro
    Já me fez desmaiar umas cinco vezes hoje
    Água na cara, acorda porra! E pá! Cabada de Colt
    A carne vai pro inseto, mas fiz o estado perder
    Me sinto o Tri de 70 com a Jules Rimet
    Alguém com auréola me espera, traz a comida com veneno
    Amanhã meu corpo será outro acerto entre presos

    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Mereço a Ruger 22 me resgatando na delegacia
    Vou sorrindo pro caixão, mas daqui não sai pista
    Minha atitude não se curva pro choque da polícia


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