Televisão

Crítica social e manipulação midiática em “Televisão”

A música “Televisão”, do Face da Morte, faz uma crítica direta ao papel da mídia televisiva como ferramenta de alienação e manipulação social no Brasil, especialmente entre as classes populares. A letra destaca que a televisão não apenas entretém, mas também influencia opiniões políticas e normaliza desigualdades, ao mesmo tempo em que esconde lutas sociais importantes, como a do MST, e apresenta uma realidade distorcida e superficial. A menção ao “controle remoto do FMI” reforça a ideia de que até a narrativa nacional está submetida a interesses estrangeiros e econômicos, mostrando que o controle sobre o povo brasileiro vai além da política, alcançando também o entretenimento.

A música faz paralelos entre a repressão da ditadura militar — “mataram estudantes, proibiram o acesso às estantes” — e a alienação promovida pela televisão atualmente, sugerindo que a opressão apenas mudou de forma. Ao citar programas como “Domingão do Faustão”, “Usurpadora” e “Domingo Legal”, o grupo denuncia como a cultura de massa serve para distrair e anestesiar a população. Figuras como o deputado “Massa” e Hebe Camargo são retratadas como parte desse sistema, enquanto apresentadores como Silvio Santos e Gugu são criticados por explorar a pobreza e lucrar com o sofrimento do povo. O tom contestador da música se intensifica com o convite à ação: “Enquanto você assiste à televisão, vou caminhando catando e seguindo a canção”, indicando que a transformação social depende de consciência e atitude, e não da passividade diante da tela.