A-ok

“A-ok”: pressão social, rótulos e autonomia pessoal

Em “A-ok”, do Face To Face, a repetição de “It’s ok” (está tudo bem) funciona como escudo, não como concordância. O choque com “Don’t say I’m ok / I’m not ok” (não diga que estou bem / eu não estou bem) revela o estado real por trás da fachada. A alternância de rótulos como “invincible”, “invisible” e “indestructible” (invencível, invisível e indestrutível) expõe os extremos que os outros projetam e que acabam puxando quem canta para baixo, empurrando-o para um lugar onde ele não quer ir. Isso dialoga com o contexto de “A-ok” em Big Choice (1995): o pop punk dos anos 90 combinando energia com letras introspectivas para criticar pressão social e expectativas externas.

O conflito fica claro quando o eu lírico é tratado como inabalável: “You think that I’m a miracle / It’s going to pull me down” (você acha que eu sou um milagre / isso vai me puxar para baixo). Ele se recusa a carregar esse fardo e impõe limites em linhas diretas: “I don’t care what you think of me / Your opinion means nothing at all” (eu não me importo com o que você pensa de mim / sua opinião não significa nada) e “Now it’s time to walk away” (agora é hora de ir embora). A afirmação “I don’t know what you want from me / But it’s probably already gone” (eu não sei o que você quer de mim / mas provavelmente isso já se foi) rejeita a corrida para agradar. No fim, “It’s ok” (está tudo bem) tenta sustentar a própria voz, enquanto “I’m not ok” (eu não estou bem) expõe a verdade emocional: seguir em frente do próprio jeito, sem se moldar ao olhar alheio.