
A Mesma Pessoa
Fagner
Identidade em conflito em “A Mesma Pessoa”, de Fagner
Desde o título, “A Mesma Pessoa” provoca um choque com a própria letra: afirmar “sou a mesma pessoa” convive com sinais de mudança e afastamento, como “eu já não moro mais na mesma rua” e o refrão “Hoje sim / Amanhã, esquecer”. A canção, escrita por Fagner com Fausto Nilo, sustenta essa tensão entre identidade e deslocamento: o eu tenta permanecer inteiro enquanto tempo, endereço e escolhas amorosas mudam.
As contradições aparecem sem rodeio. “Satanás ou luz do céu” expõe extremos para definir amor e destino. Em “foi ali que o sol nasceu num sorriso de mulher / que era triste como eu”, iluminação e melancolia se tocam. O vai e vem de “Hoje sim / Amanhã, pode ser / Amanhã, esquecer” traduz o ciclo desejo–recuo: existe o impulso de continuar — “adormecer nossos beijos na lua” —, mas a realidade impõe distância — “não moro mais naquela rua”. “Meu mundo cai e a minha vida voa” condensa peso e leveza para dizer que, sem a outra pessoa, tudo desaba e escapa das mãos. No contexto do álbum A Mesma Pessoa, de sonoridade refinada valorizada por Fagner, finalizado em Londres com o engenheiro Steve Taylor, a letra ganha contorno contido e maduro: melodia e poesia caminham juntas para revelar a persistência do sentimento mesmo quando a razão pede esquecimento.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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