Foi Deus

A Voz Divina de Fagner em 'Foi Deus'

A música 'Foi Deus', interpretada por Fagner, é uma profunda reflexão sobre a origem do talento artístico e a conexão entre a dor e a expressão musical. A letra começa com uma confissão de desconhecimento sobre a razão pela qual o cantor se dedica ao fado, um gênero musical tradicionalmente associado à melancolia e ao sofrimento. Através dos versos, o artista revela que, apesar do tormento e do sofrimento, encontra uma espécie de alívio e paz interior ao cantar.

A canção atribui a Deus a criação de todas as belezas naturais e a capacidade de sentir e expressar emoções profundas. Deus é descrito como o responsável por dar luz aos olhos, perfumar a rosa, e conceder ao cantor uma voz carregada de sentimentos. Essa voz, que é um 'rosário de penas', permite ao artista desfiar suas dores e encontrar consolo na música. A metáfora do 'rosário de penas' sugere que cada nota cantada é uma forma de oração ou meditação, um meio de lidar com o sofrimento pessoal.

Além disso, a letra destaca a dualidade da experiência de cantar: é ao mesmo tempo uma expressão de ventura, saudade, ternura e amor. O ato de cantar é visto como uma forma de transformar o desgosto em algo mais suportável, quase como uma catarse. A música celebra a criação divina não apenas no mundo natural, mas também na capacidade humana de criar arte e encontrar beleza na dor. Fagner, com sua interpretação emotiva, reforça essa mensagem, tornando 'Foi Deus' uma ode à divindade e à arte como formas de transcendência e cura.