Beleza

A dor e a reconstrução em "Beleza" de Fagner

A música "Beleza", de Fagner, aborda a ideia de que a verdadeira beleza surge do enfrentamento das próprias dores e limitações. A letra utiliza a imagem da "lamparina" que ilumina a alma para mostrar que só ao encarar o sofrimento e as dificuldades é possível compreender o próprio destino. O contexto do álbum, dedicado à irmã de Fagner, Elizete, que faleceu de forma trágica, reforça o tom melancólico e introspectivo da canção. Assim, a busca pela beleza se transforma em uma jornada de superação e ressignificação da dor.

A canção destaca que a beleza só aparece "depois de uma sangria desatada", ou seja, após expor e enfrentar feridas profundas, especialmente aquelas ligadas ao amor e ao remorso. O verso "juntar estas migalhas para refazer o pão" mostra a ideia de reconstrução a partir dos próprios pedaços e sofrimentos, indicando que a beleza é conquistada, não dada. O uso da expressão "adubo de rancor" reforça que até sentimentos negativos podem servir de base para o crescimento pessoal. No final, a música compara a beleza a um "temporal" que, apesar de sujar e dificultar a visão, também representa a intensidade do amadurecimento, marcado por perdas e desafios internos.