Dois Querer

Os Dois Quereres de Fagner: Um Conflito Entre Desejos e Realidades

A música "Dois Querer" de Fagner explora a complexidade dos desejos humanos e a dualidade que muitas vezes existe entre eles. A letra começa destacando o poder da palavra em conectar pessoas e situações, mas também reconhece sua limitação em unir dois tipos de querer que coexistem dentro do eu lírico. Esses dois quereres representam diferentes aspectos da vida e das aspirações humanas.

O primeiro querer é descrito como o desejo de viver intensamente, de experimentar o mundo em sua plenitude, com todas as suas correrias e conversas. É um querer que busca a realização externa, a interação com o mundo e a busca por experiências. Já o segundo querer é mais introspectivo, desejando a permanência e a estabilidade, sem a necessidade de mudanças constantes. Esse querer é mais sobre a paz interior e a aceitação do que se tem, sem a ânsia de sempre buscar mais.

A letra também aborda a tensão entre esses dois quereres, comparando-os a um riacho cuja água é barrada para não correr. Essa metáfora sugere que, muitas vezes, nossos desejos conflitantes podem nos paralisar ou criar uma sensação de estagnação. No entanto, o eu lírico conclui que é melhor viver com essa dualidade e os conflitos que ela traz do que viver sem querer, sem desejo ou paixão. A música, portanto, celebra a complexidade da vida e dos sentimentos humanos, reconhecendo que é essa dualidade que nos torna verdadeiramente vivos.