Me Leve (Cantiga Para Não Morrer)

A dor da despedida em “Me Leve (Cantiga Para Não Morrer)”

A música “Me Leve (Cantiga Para Não Morrer)”, de Fagner, explora de forma sensível o impacto da separação e o desejo de permanecer na vida de alguém, mesmo que de maneiras cada vez mais distantes. A letra começa com um pedido direto: “me leve pela mão”, que, ao longo da canção, se transforma em apelos mais sutis, como ser levado no coração, na memória e, por fim, até mesmo no esquecimento. Essa progressão mostra como o eu lírico lida com a possibilidade de afastamento, tentando garantir algum tipo de presença, mesmo que seja apenas como lembrança ou ausência sentida.

A repetição do verso “me leve” reforça a intensidade desse desejo de não desaparecer completamente da vida da pessoa amada. As imagens de “moça branca como a neve” e “menina branca de neve” sugerem pureza e delicadeza, além de uma possível idealização da figura amada. A colaboração entre Fagner e o poeta Ferreira Gullar traz uma linguagem simples, mas carregada de emoção, abordando temas universais como amor, perda e memória. O trecho final, “me leve no esquecimento”, revela uma ambiguidade tocante: ao mesmo tempo em que aceita a possibilidade de ser esquecido, o eu lírico ainda busca permanecer, nem que seja como uma ausência marcante. Assim, a canção transforma a dor da despedida em uma súplica delicada e humana.