Noturno (Coração Alado)

Reflexão sobre perdas e amadurecimento em “Noturno (Coração Alado)”

Em “Noturno (Coração Alado)”, Fagner explora o desejo de liberdade emocional marcado por experiências dolorosas. A imagem do “coração alado” sugere vontade de voar e leveza, mas o “escuro véu” que o envolve indica que a esperança foi ofuscada por decepções. O verso “Nessa estrada, só quem pode me seguir sou eu” reforça a ideia de autonomia conquistada após desilusões, mostrando um afastamento consciente das ilusões do passado e da ingenuidade da paixão.

Lançada em 1979 e escolhida como tema da novela “Coração Alado”, a canção tem um tom melancólico e introspectivo, refletindo sobre perdas e amadurecimento. Metáforas como “o aço dos meus olhos” e “o fel das minhas palavras” expressam o endurecimento emocional causado por mágoas, enquanto “as flores com o tempo perdem a força” mostra como sentimentos intensos se desgastam com o tempo. A repetição de “não acredito mais no fogo ingênuo da paixão” evidencia a ruptura com antigas ilusões amorosas. A decisão de seguir sozinho aparece como uma escolha necessária para preservar a integridade emocional. Além do tema amoroso, o fato de o álbum “Beleza” ser dedicado à irmã de Fagner, falecida pouco antes do lançamento, amplia o sentimento de luto e solidão, dando à música um significado que vai além do amor romântico e aborda perdas mais profundas da vida.