We Didn’t Start The Fire

Memória coletiva e caos contemporâneo em “We Didn’t Start The Fire”

Na versão de “We Didn’t Start The Fire”, o Fall Out Boy opta por abandonar a ordem cronológica dos eventos, criando uma sensação de caos e sobrecarga informativa que reflete o mundo atual. Ao misturar acontecimentos de diferentes épocas, a banda destaca como a história recente é percebida de forma fragmentada e acelerada. Referências como MySpace, importante para a própria trajetória do grupo, além de fenômenos culturais como Pokémon, Stranger Things e Tiger King, mostram como cultura pop, avanços tecnológicos e tragédias globais se misturam na memória coletiva das últimas décadas.

A letra faz um inventário de fatos marcantes entre 1989 e 2023, incluindo tragédias como Sandy Hook, Columbine, Fukushima e o atentado à Maratona de Boston, além de fenômenos culturais como Harry Potter, Twilight, Michael Jordan e a frase “YouTube matou a MTV”. Também aborda questões políticas e sociais, como Brexit, guerra no Afeganistão, impeachment de Trump e o movimento Black Lives Matter, citando nomes como George Floyd, Sandra Bland e Tamir Rice. O refrão mantém a mensagem original de Billy Joel: “We didn't start the fire / It was always burning since the world's been turning” (Nós não começamos o fogo / Ele sempre esteve queimando desde que o mundo começou a girar), sugerindo que as crises são contínuas e que cada geração herda desafios antigos, mas tenta enfrentá-los: “No, we didn't light it but we're trying to fight it” (Não, nós não acendemos, mas estamos tentando apagar).

No final, a música reforça a ideia de responsabilidade coletiva e continuidade histórica: “But when we are gone / It will still go on” (Mas quando nos formos / Isso ainda continuará). Mesmo sem citar todos os eventos possíveis, a canção dialoga com a geração millennial ao expressar ansiedade, urgência e a busca por lidar com um mundo em constante crise, convidando à reflexão sobre o papel de cada um diante das mudanças globais.