Kumakê (remix) (part. Afrikan Drums)

A Introspecção e a Imutabilidade em 'Kumakê (remix)' de Fattú Djakité

A música 'Kumakê (remix)' de Fattú Djakité, com participação de Afrikan Drums, é uma obra rica em introspecção e reflexão sobre a imutabilidade das emoções e memórias. A letra, cantada em crioulo cabo-verdiano, repete várias vezes a ideia de que 'nada muda' e que as sensações e lembranças permanecem constantes, independentemente das circunstâncias externas. Essa repetição reforça a ideia de que certas experiências e sentimentos são imutáveis e profundamente enraizados na essência do ser humano.

A expressão 'Kumakê' parece ser um chamado ou uma interjeição que convida à reflexão. A frase 'Bu ka lembra ki kun lembra, bu ka sinti ki kun sinti' traduz-se como 'Você não lembra o que quem lembra, você não sente o que quem sente', sugerindo uma desconexão entre o eu presente e as memórias ou sentimentos passados. Essa desconexão pode ser interpretada como uma luta interna para reconciliar o passado com o presente, uma tentativa de entender como as experiências moldam a identidade e a percepção de si mesmo.

A colaboração com Afrikan Drums adiciona uma camada rítmica e cultural à música, evocando a ancestralidade e a conexão com as raízes africanas. O uso de percussões tradicionais cria uma atmosfera que é ao mesmo tempo meditativa e pulsante, refletindo a dualidade entre a introspecção e a vivacidade da vida. A repetição das frases e a cadência da música criam um efeito hipnótico, convidando o ouvinte a mergulhar profundamente nas próprias emoções e memórias, reconhecendo a permanência de certas verdades internas, mesmo diante das mudanças externas.