Eu Fui Ver o Campo

A Dualidade do Campo: Beleza e Conflito em 'Eu Fui Ver o Campo' de Fausto

A música 'Eu Fui Ver o Campo' de Fausto é uma ode à vida rural, mas também uma crítica às intervenções humanas que perturbam a harmonia natural. A letra começa com uma descrição idílica do campo, onde o eu lírico expressa seu apreço pela simplicidade e beleza do ambiente. Elementos como o girassol, o cuco, a perdiz e o caracol são mencionados, pintando um quadro de tranquilidade e conexão com a natureza.

No entanto, essa harmonia é rapidamente contrastada com a presença de jipes armados, arames farpados e guardas de vigia. Esses elementos representam a invasão e a militarização do espaço rural, perturbando a paz e a simplicidade que o campo deveria oferecer. A presença de 'mil cães acirrados' em 'campos lavrados' reforça a ideia de um ambiente que, embora naturalmente belo, está sob constante ameaça e vigilância.

A letra também celebra a resiliência e a valentia das pessoas que vivem no campo. Homens e mulheres que trabalham arduamente, arando a terra e plantando sementes, são descritos como valentes e habilidosos. No entanto, a menção à 'dura jornada' e à presença de 'tanto polícia' sugere que a vida no campo não é apenas de beleza e simplicidade, mas também de luta e resistência. A música, portanto, oferece uma visão complexa do campo, onde a beleza natural coexiste com a intervenção humana e a luta pela sobrevivência.