
Canção de Lisboa
Fernando Farinha
Ascensão e transformação do fado em “Canção de Lisboa”
Em “Canção de Lisboa”, Fernando Farinha utiliza uma ironia sutil para destacar a transformação do fado ao longo do tempo. A música contrasta o passado marginalizado do gênero, associado às tabernas de Alfama, à "bebedeira e do calão" e à vida boêmia dos bairros tradicionais de Lisboa, como Madragoa e Mouraria, com o novo status moderno e sofisticado do fado. Isso fica claro quando a letra menciona que os fadistas agora "vestem do bom" e frequentam matinês elegantes no Odeon, mostrando uma mudança de ambiente e de público.
A letra, escrita em 1934, já antecipava a transição do fado de uma expressão das classes populares para um símbolo nacional respeitado, processo que se intensificou nas décadas seguintes. Ao gravar a música em 1960, Fernando Farinha representava essa trajetória, tendo saído de origens humildes para se tornar um artista reconhecido. A canção ressalta que o fado "já não tem a rufiagem por tema", sendo agora "pedido a toda a hora e ouvido p'lo mundo fora". A referência a Hollywood, feita de forma bem-humorada, expressa tanto o orgulho quanto a surpresa pelo reconhecimento internacional do fado. Assim, “Canção de Lisboa” funciona como um comentário sobre a evolução do gênero, valorizando suas raízes populares, mas também ironizando a sofisticação adquirida, sem perder o tom afetivo e celebratório.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Fernando Farinha e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: