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Alguma Esperança

Fernando Tordo

Letra

    Nasce a noite do morrer da luz do dia.
    Vive um homem do morrer de tantos outros
    Sobrevive um lusco-fusco que anuncia
    Um ciclone a sudoeste dos mais rotos.

    Nasce a flor da morte lenta da floresta.
    Vive o bicho do morrer de tanta planta.
    Sobrevive um vaga-lume que anuncia
    A escuridão de quem cala e já não canta.

    Nasce um livre na revolta da prisão
    Vive um homem muito preso à liberdade.
    Sobrevive aqui ao pé a tentação
    Anunciando a plena falta de vontade.

    Nasce a noite do morrer da luz de dentro.
    Vivem homens de apagar os candeeiros.
    Sobrevive o nunca termos muito tempo
    Que anuncia o nosso génio passageiro.

    Nasce o fácil de não querermos o cansaço.
    Vive a estátua que gostava de ser cristo.
    Sobrevive o gatinharmos passo a passo
    Que anuncia o reumatismo não previsto.

    Anunciadas que já foram as verdades
    Que restavam do desgosto e pouca esperança
    Vive em nós um sonho belo de vontades:
    Nasce agora, mesmo agora, uma criança.


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