Ring Ring I've Got To Sing

Racismo e resistência em “Ring Ring I've Got To Sing”

“Ring Ring I've Got To Sing”, de Ferré Grignard, traz uma crítica direta ao racismo institucionalizado, especialmente nos Estados Unidos dos anos 1960. A letra denuncia a contradição de um país que fala em liberdade e democracia, mas nega esses direitos à população negra. Isso fica claro no verso: “They're talkin' 'bout freedom / Of religion and race / But if you're a negro / They slap you in the face” (Eles falam sobre liberdade / De religião e raça / Mas se você é negro / Eles te dão um tapa na cara). O contexto histórico da música, lançada em 1966, reforça essa crítica, já que coincide com o auge do movimento pelos direitos civis e a Guerra do Vietnã, período em que muitos afro-americanos eram convocados para lutar por um país que os discriminava.

Apesar do tom de denúncia, a música também transmite resistência e esperança. O refrão “But I've got to sing” (Mas eu tenho que cantar) funciona como um mantra de sobrevivência, mostrando que a expressão artística é uma forma de manter a dignidade diante da opressão. No trecho final, “But I'm still happy / So don't cry, my babe / Together we'll strife for / Bein' free people some day” (Mas ainda estou feliz / Então não chore, meu bem / Juntos vamos lutar para / Ser pessoas livres algum dia), Grignard aponta para a esperança de um futuro melhor. Termos como “hounddog” e “swine” evidenciam o racismo vivido, enquanto a menção ao “ku klux klan” denuncia a impunidade dos crimes de ódio. O contraste entre o refrão leve e o tema pesado reforça o espírito de resistência do artista, que transforma dor em arte e perseverança.