canta miña sombra (negra sombra)

A Dualidade da Sombra em 'canta miña sombra (negra sombra)'

A música 'canta miña sombra (negra sombra)' de Fillas de Cassandra é uma obra que explora a dualidade da presença e ausência através da metáfora da sombra. A letra, escrita em galego, uma língua falada na região da Galícia, na Espanha, utiliza a figura da 'negra sombra' para representar uma presença constante e inescapável, que assombra e acompanha o eu lírico em todos os momentos.

A sombra, que inicialmente parece ser uma figura negativa, é descrita como algo que está sempre presente, mesmo quando o eu lírico pensa que ela se foi. A sombra aparece 'ó pé dos meus cabezales', ou seja, ao lado da cama, e 'no mesmo sol te me amostras', indicando que ela está presente tanto na escuridão quanto na luz. Essa dualidade sugere que a sombra é uma parte inseparável da existência do eu lírico, simbolizando talvez uma memória, um sentimento ou uma experiência que não pode ser esquecida.

Além disso, a sombra é personificada de várias maneiras: ela é a estrela que brilha, o vento que sopra, o murmúrio do rio, a noite e a aurora. Essa personificação amplia a ideia de que a sombra é uma entidade multifacetada, que se manifesta em diferentes formas e momentos da vida. A repetição do refrão 'Canta miña sombra ven' reforça a ideia de que a sombra é uma presença ativa, que canta e se expressa, tornando-se uma parte integral da identidade do eu lírico. A música, portanto, é uma reflexão profunda sobre a coexistência com aspectos sombrios da vida e a aceitação de que eles fazem parte de quem somos.