TEIA

Autonomia e libertação feminina em "TEIA" de Flora Matos

Em "TEIA", Flora Matos aborda de forma direta o incômodo com os papéis e rótulos impostos às mulheres em relacionamentos. A repetição dos versos “Como se eu fosse uma bitch / Como se você fosse o meu dono” destaca a insatisfação da artista com dinâmicas que tentam limitar sua autonomia e reforçam relações de poder desiguais. A palavra "teia" funciona como uma metáfora para o aprisionamento em expectativas sociais e afetivas, das quais Flora busca se libertar.

O contexto do álbum "Flora de Controle" e as declarações da própria artista reforçam que a música é um questionamento sobre submissão e uma afirmação de independência. Flora Matos evidencia sua jornada de autodescoberta e fortalecimento ao mencionar mudanças de hábitos e conquistas pessoais, como em “Parei de fumar cigarro / Tô economizando um bocado” e “Eu sou minha mãe, minha filha, meu pai, minha tia, eu sou meu apoio”. Ela se coloca como protagonista da própria vida, rompendo com a necessidade de validação externa. As referências a novos lugares, como São Paulo e Londres, simbolizam a busca por liberdade e novos começos. Ao recusar permanecer na "teia", Flora deixa claro seu desejo de romper com antigos ciclos e reafirma sua autonomia, autenticidade e superação de amarras emocionais e sociais.