Sarna

Humor e crítica social no cotidiano em "Sarna"

A música "Sarna", das Folclóricas Gaúchas, usa o desconforto da sarna como uma metáfora bem-humorada para os desafios do casamento e da vida diária. O verso “casar é três coisas: filho, miséria e coceira” resume de forma irônica como o matrimônio pode trazer responsabilidades, dificuldades financeiras e pequenos aborrecimentos constantes, simbolizados pela "coceira". Essa abordagem descontraída faz uma crítica leve às expectativas e realidades do casamento, especialmente para mulheres de origem humilde, como mostra o conselho à “moça pobre” para que permaneça solteira.

A letra também ressalta que a "sarna" não escolhe idade ou classe social, atingindo “velho”, “novo” e até as “senhoras donas”. Isso amplia a metáfora, mostrando que os problemas e incômodos da vida são universais e inevitáveis. O trecho “O coça-coça tá forte, tem gente se aproveitando” pode ser entendido tanto como referência ao ato de coçar quanto como uma crítica a quem se aproveita das dificuldades alheias, reforçando o tom de sátira social. Ao trazer elementos do cotidiano gaúcho e usar o humor para tratar de temas sérios, a música valoriza a tradição regional e convida o ouvinte a rir das próprias dificuldades.