Conto de Fadas (part. Rahiz)

Realidade e superação em “Conto de Fadas (part. Rahiz)”

A música “Conto de Fadas (part. Rahiz)” da Força Suprema, com participação de Rahiz, faz uma crítica direta à ideia de narrativas idealizadas, deixando claro desde o título que não se trata de uma história fantasiosa. O verso “O que eu te conto não é um conto de fadas” deixa evidente a intenção do grupo de mostrar a realidade das ruas, alinhando-se ao projeto “Baseado em Factos Reais”, que busca retratar experiências autênticas e a trajetória de superação dos integrantes. A letra valoriza as marcas e cicatrizes deixadas pela vida, como em “O que seria de nós sem as ruas / Sem essas marcas que a vida tatua”, mostrando que as dificuldades enfrentadas são parte essencial da identidade e das conquistas do grupo, representadas em versos como “Carros e casas estão pagas / Jantes são parvas”.

A canção também aborda temas como lealdade, resiliência e rejeição à ostentação vazia, criticando a arrogância sem mérito em “É só muita arrogância pra pouco talento”. A referência a Azagaia e Amália Rodrigues em “Sangue do azagaia na veia da Amália” destaca a mistura de influências culturais e a resistência, unindo o rap de protesto africano à tradição portuguesa. Expressões populares, como “Quitanda não abranda nem no cu de Judas”, reforçam a persistência do grupo mesmo diante das maiores dificuldades. O refrão “Apressado come cru” ressalta a importância da paciência e do trabalho constante, em vez de buscar atalhos. Assim, “Conto de Fadas (part. Rahiz)” se firma como um manifesto de autenticidade, celebrando conquistas reais e a força coletiva da Força Suprema, sem espaço para ilusões.