Alforria

Crítica social e histórica em “Alforria” do Forfun

A música “Alforria” do Forfun faz uma forte crítica social ao comparar a alienação vivida atualmente com a escravidão do passado. A metáfora “senzala em movimento ou um ônibus lotado?” conecta a opressão histórica à realidade das classes populares, mostrando que, mesmo após o fim da escravidão, muitos ainda enfrentam exploração e submissão, agora disfarçadas no cotidiano urbano. Expressões como “adestrado e condicionado” e “um rebanho cego segue sem pensar” reforçam a crítica à manipulação midiática e à passividade promovida pela sociedade de consumo, temas recorrentes no álbum “Nu”.

A letra também denuncia a corrupção política e a relação próxima entre Estado e grandes empresas, como em “Relação estreita de empreiteiras e Estado” e “Só mais um orçamento superfaturado”. O verso “A democracia de fato foi sequestrada / Quem bancou a festa vai querer dançar” evidencia a concentração de poder político nas mãos de poucos, enquanto a maioria permanece excluída das decisões. O refrão “Eles impõem a verdade absoluta / E se você refuta, a resposta vem com força bruta” aponta para a repressão de vozes contrárias e a manutenção de estruturas autoritárias. Ao final, “De dentro dos engenhos ressurgem os senhores” retoma a ideia de que as elites exploradoras do passado ainda estão presentes, apenas adaptadas ao contexto atual. Assim, “Alforria” usa metáforas diretas para expor a continuidade da opressão social e política no Brasil, incentivando a reflexão crítica sobre as formas de dominação que persistem.