As 30 Lapadas

O cotidiano sertanejo e o amor impossível em “As 30 Lapadas”

“As 30 Lapadas”, do Forró Deu Bom, retrata com leveza e bom humor o cotidiano do vaqueiro sertanejo, explorando o contraste entre a vida dura no campo e a intensidade de um amor não correspondido. A expressão “30 lapadas” é usada como metáfora para as doses de cachaça que o vaqueiro toma, sendo “20 pensando nela” – um exagero típico do forró que evidencia como a paixão domina seus pensamentos. O álcool aparece tanto como alívio quanto como símbolo da saudade e da frustração amorosa, misturando sofrimento e humor, elementos marcantes do gênero.

A letra valoriza aspectos tradicionais do sertão, como o trabalho com o gado, a relação com o cavalo e a paisagem de Custódia, cidade mencionada como cheia de “mulher bela”. O segredo do amor, motivado pelo fato de a moça ser filha de fazendeiro e o vaqueiro temer a reação do pai dela, reforça o tema do amor impossível, muito presente na cultura nordestina. Mesmo sem “gozar os carinhos dela”, o vaqueiro mantém a esperança, demonstrada quando a vê na janela ou recebe ligações dela. Assim, “As 30 Lapadas” apresenta, de forma regional e acessível, a mistura de desejo, saudade e resistência diante das dificuldades do sertão e dos desafios do coração.