Tá Com Dólar, Tá Com Deus

Crítica social e ironia em “Tá Com Dólar, Tá Com Deus”

A música “Tá Com Dólar, Tá Com Deus”, da banda Francisco, el Hombre, utiliza ironia e humor para abordar o impacto da crise econômica na vida das pessoas. O verso repetido “O dólar vale mais que eu” evidencia como o dinheiro, especialmente o dólar, acaba sendo mais valorizado do que a própria dignidade do indivíduo em tempos de desvalorização do real. O refrão “Eita, fudeu!” reforça o sentimento de desespero e resignação, mas também funciona como um desabafo coletivo diante do absurdo da situação econômica.

A letra traz críticas diretas ao cotidiano de quem enfrenta dificuldades financeiras, como em “Corre corre o dia inteiro para a vida se pagar” e “Pra pagar o Natal, eu chamo o cheque especial”, mostrando a rotina de trabalho exaustiva e a dependência de crédito para pequenas conquistas. O uso de gírias e expressões populares, como “sem din din fico bolada” e “não funfa o cartão? Fudeu!”, aproxima a música da realidade do público, retratando a criatividade e os improvisos necessários para sobreviver. O ritmo de marchinha e as referências ao carnaval ironizam a ideia de que, mesmo em festas populares, a falta de dinheiro limita a diversão, ampliando a crítica social. Assim, a canção transforma o sarcasmo em um convite à reflexão sobre o verdadeiro valor das pessoas diante do poder do dinheiro.