Canção da Aldeia
Francisco Petrônio
Num concurso a minha aldeia ganha o prêmio com certeza
De nenhuma se arreceia porque é a mais portuguesa
São talvez muito mesquinhas, mesmo as casas principais
Mas no verão as andorinhas fazem ninhos nos beirais
Na minha aldeia não há ódio, mas estimas
Tem-se amor à vida alheia, todos são primos e primas
Sem ambições, cada qual seu pão granjeia
E a noite há serões, à luz da candeia
Animais e criaturas dormem sempre com afinco
Pois não há lá fechaduras, fica a porta só no trinco
E aos domingos de manhã
Junto a fonte há namoricos
Vai a gente a missa
Reza e vem mais sã
Na minha aldeia não há ódio, mas estimas
Tem-se amor à vida alheia, todos são primos e primas
Sem ambições, cada qual seu pão granjeia
E a noite há serões, à luz da candeia
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