Flor do Mal
Francisco Petrônio
Oh, eu recordo-me ainda, deste fatal dia
É, disseste-me, Arminda, indiferente e fria
És o meu romance enfim, Senhor, basta
Esquece-te de mim, amor
Por que? Não procuras indagar, a causa ou a razão?
Por que? Eu não te posso amar? Não indagues não
Será fácil de esquecer. Prometa, minha flor
Não mais ouvir falar de amor
Amor, hipócrita fingido coração
De granito ou de gelo, maldição
Oh! Espírito satânico, perverso, titânico chacal
Do mal, num lodaçal imerso
Sofrer, quanto tenho sofrido, sem ter a consolação
O Cristo também foi traído
Por que? Não posso ser então, não
Que importa, o sofrer ferino
Das coisas é ordem natural, seguirei o meu destino
Chamar-te, eternamente, Flor do Mal
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