My Way

Reflexão sobre autonomia e legado em “My Way” de Frank Sinatra

O que torna “My Way” tão marcante é a transformação de seu significado original. A canção nasceu como uma música francesa sobre o desgaste de um relacionamento, mas ganhou nova vida quando Paul Anka reescreveu a letra para Frank Sinatra, focando em autonomia e autenticidade diante dos desafios da vida e da morte. O verso “I did it my way” (“Eu fiz do meu jeito”) resume o espírito da música, apresentando um personagem que, ao olhar para trás, valoriza ter seguido seus próprios princípios, mesmo reconhecendo erros e arrependimentos, como em “Regrets, I've had a few / But then again, too few to mention” (“Arrependimentos, tive alguns / Mas, de novo, poucos demais para mencionar”).

A letra destaca a coragem de assumir as consequências das próprias escolhas, como em “I faced it all and I stood tall / And did it my way” (“Enfrentei tudo e me mantive firme / E fiz do meu jeito”). O trecho “To say the things he truly feels / And not the words of one who kneels” (“Dizer o que realmente sente / E não as palavras de quem se ajoelha”) reforça a ideia de integridade e recusa à submissão, mostrando que viver de acordo com a própria verdade é mais importante do que agradar aos outros. Apesar de ser vista como um símbolo de triunfo pessoal, Frank Sinatra considerava a canção “lisonjeira e pedante”, o que traz uma ironia ao seu legado. O impacto cultural de “My Way” é tão grande que, além de ser popular em funerais no Reino Unido, chegou a ser proibida em bares nas Filipinas devido a incidentes violentos em karaokês, mostrando como sua mensagem pode ser interpretada de formas extremas.