A Gente Morre Sozinho

Solidão e crítica social em “A Gente Morre Sozinho”

A música “A Gente Morre Sozinho”, da Fresno, aborda de forma direta o sentimento de isolamento existencial, mesmo quando estamos cercados por outras pessoas. O verso “Agora todos estão sozinhos” resume essa sensação, mostrando que a solidão é uma experiência inevitável em certos momentos da vida. Trechos como “Esse sorriso é de mentira” e “Fazemos isso na tentativa de contentar com o que restou” revelam como muitas vezes tentamos esconder o sofrimento por trás de aparências, sugerindo que o vazio interior é disfarçado no convívio social.

O contexto do EP “Cemitério das Boas Intenções” e a participação da Família Lima, com arranjos de cordas, reforçam o clima sombrio e dramático da faixa. A letra também faz uma crítica à sociedade, como em “Enquanto pintavam os muros de sangue pra vender jornais”, apontando para a banalização da violência e a indiferença diante do sofrimento dos outros. A repetição de “Quem vai lutar pela gente? Quem vai tentar nos salvar?” destaca a busca por ajuda externa, que nunca se concretiza, levando à conclusão amarga: “A gente morre sozinho”. O questionamento “Cadê seu Deus?” sugere uma crise de fé e a ausência de respostas diante da dor, reforçando a ideia de que, no fim, cada um enfrenta seus próprios medos e a morte de forma solitária.