CLAREOU

Resistência e reinvenção urbana em “CLAREOU” de Froid

Em “CLAREOU”, Froid une seu rap ao jazz de Leo Gandelman para criar uma atmosfera musical que reforça temas de resistência e adaptação. O verso “Eu já tava aqui vivendo o dia, quando o dia clareou” mostra que o artista já enfrentava desafios antes de qualquer reconhecimento, destacando sua trajetória resiliente no cenário do rap. Essa ideia se repete em trechos como “Tô sempre na pista / Minha força é meu cartão de visita”, que evidenciam a vivência de rua e a importância da autenticidade, além da menção ao grupo Quinto Andar, referência histórica no rap nacional.

A letra mistura críticas sociais e ironias, como em “Meu salário é o tanto que nós sua, vua / Sem aviso, só um adesivo escrito: Wi-Fi / Pelo menos ainda posso fly”, apontando para a precariedade e a busca por liberdade mesmo em situações difíceis. Froid utiliza metáforas e trocadilhos – “A vida gira mesmo igual Beyblade / Eu mato esses vampiro igual Blade” – para trazer leveza e criatividade, mas também para mostrar a necessidade de estar sempre atento e em movimento. Ao citar elementos da cultura pop e abordar desigualdade e luta por espaço, Froid constrói uma narrativa de sobrevivência urbana. A colaboração com Gandelman amplia a mensagem, mostrando que a mistura de estilos é também uma forma de resistência e reinvenção.