Indústria do Medo

Crítica social e busca de autenticidade em “Indústria do Medo”

Em “Indústria do Medo”, Froid faz uma crítica direta à superficialidade e ao materialismo presentes na indústria musical. Ele utiliza imagens como “jogador sem chuteira” e “não vou competir com quem comprou a bola” para mostrar a desigualdade e a falta de autenticidade no meio artístico, onde o sucesso muitas vezes depende mais de dinheiro do que de talento ou princípios. O verso “ele lucra mais que eu porque o demônio adora ver você na roda” reforça a ideia de que o sistema favorece quem aceita práticas duvidosas, enquanto quem tenta manter a integridade acaba sendo deixado de lado. Ao dizer “meu estúdio fica embaixo do meu escritório / porque negócios são negócios no fundo eu nem gosto”, Froid revela o conflito entre a necessidade de lidar com o lado comercial da música e o desconforto com essa realidade.

A música também aborda sentimentos de alienação e a busca por algo maior, com menções a substâncias tóxicas, comportamentos autodestrutivos e referências espirituais. O trecho “Jesus está voltando” e as citações bíblicas sobre o fim dos tempos sugerem um desejo de redenção diante do caos e da hipocrisia social. Froid questiona a moralidade da sociedade ao mencionar “cientistas católicos e agnósticos / não entendem uma gota desse maremoto”, apontando para a confusão diante dos dilemas existenciais. Metáforas como “meu celular é um filtro eletromagnético” expressam o isolamento e a dificuldade de conexão real em um mundo dominado pela tecnologia e interesses superficiais. Assim, “Indústria do Medo” se destaca como um manifesto de resistência e reflexão sobre a luta por autenticidade em meio às pressões externas e internas.