Sou Alaska

Identidade e crítica social em “Sou Alaska” de Froid

Em “Sou Alaska”, Froid utiliza o título para expressar sua identidade única e seu distanciamento do padrão comum no rap. O nome faz referência tanto à sua gravadora quanto ao simbolismo do frio, reforçando sua postura de alguém que se mantém à parte e valoriza a autenticidade. No verso “eu sou Alaska / Do diamante mais luminoso que cê já viu na praça”, ele se coloca como alguém raro e valioso, ao mesmo tempo em que ironiza a busca superficial por sucesso fácil. A crítica à ascensão rápida de alguns artistas aparece em “Playboy, nada vem de graça”, destacando o contraste com sua própria trajetória de esforço e dedicação.

A letra traz diversas referências históricas e culturais para reforçar sua mensagem. Ao se comparar a Drácula (“Eu tenho 500 anos, eu sou o Drácula”), Froid sugere resiliência e longevidade. Já ao mencionar Martinho Lutero (“Eu sou um inferno pra igreja, um Martinho Lutero”), ele se coloca como alguém que desafia normas e provoca mudanças. O artista também fala sobre a importância de buscar os próprios sonhos e enfrentar limitações: “O bagulho é que o sonho é de quem busca / E quem se nega à verdade é quem mais se frustra”. Além disso, Froid faz críticas ao mercado musical, à sociedade e à precarização do trabalho, citando o CIEE e questionando o valor do seu próprio trabalho artístico. Ele ainda aborda a complexidade das relações humanas e a luta interna por liberdade mental, como em “Eu sou só um refém, a minha mente é um cativeiro”.

No geral, “Sou Alaska” é uma afirmação de independência artística e pessoal, onde Froid utiliza ironia, crítica social e referências culturais para valorizar a autenticidade e a busca por significado próprio diante das adversidades.