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Vedanta

Froner

Estando sujo mantenho-me limpo
Não sendo nada eu sempre sou
Possuindo pouco sou o cara mais rico
E andando lento mais veloz eu vou
Seguindo em círculos ando retilíneo
Viajando muito eu sempre fico onde estou

E sempre sério eu vou gargalhando
De todos os que falam pra mim
Num desalento cheio de pranto
Num desespero velado, enfim
Que a vida é uma grande inimiga
Com quem se luta dia a dia
São esses que escondem tristezas
Na face vulgar da alegria

Porque eu vivo pra esquecer e morrer todos os dias
A memória é como um barco navegando num mar que não há
Contradição é lei
Vedanta

Esse crepúsculo não pertence a ninguém
Mas quem sente seu poder agindo no coração
Olha o sol como canção tocando dentro do peito
E esse sentir dá direito de posse e de comunhão

Porque eu vivo pra esquecer e morrer todos os dias
A memória é como uma rocha litorânea que virou areia
Contradição é lei
Vedanta

Porque eu vivo pra esquecer e morrer todos os dias
A memória é um entrevero das coisas que eu penso que sei
Contradição é lei
E não me peça nada mais além
Um passo pro alto
Vedanta

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