Out Of My Hands (feat. Metro Boomin)

Tensões de poder e lealdade em “Out Of My Hands (feat. Metro Boomin)”

“Out Of My Hands (feat. Metro Boomin)” explora o conflito entre controle e inevitabilidade no contexto das ruas, onde lealdade e sobrevivência são fundamentais. Future utiliza a frase “it’s out of my hands” (“está fora das minhas mãos”) para justificar tanto atitudes violentas quanto decisões pessoais, mostrando que, apesar de sua imagem dominante, ele também está sujeito a regras e códigos que limitam sua autonomia. Essa abordagem se conecta ao álbum “WE STILL DON’T TRUST YOU”, que gira em torno da desconfiança e da necessidade de manter alianças sólidas.

A letra mistura ostentação, como em “Plain jane wrapped two tone” (“relógio simples com dois tons”), “chinchilla drag to the floor” (“casaco de chinchila arrastando no chão”) e menções a jatos particulares, com a dureza da vida nas ruas, evidenciada em versos como “We smoke nigga like packs” (“fumamos caras como se fossem pacotes”) e “We cook niggas like crack, givin’ it back” (“cozinhamos caras como crack, devolvendo”). Essas imagens reforçam que o luxo vem acompanhado de riscos e de uma vigilância constante. O trecho “We know the code of silence, you ain’t gotta say it” (“Sabemos o código do silêncio, você não precisa dizer”) destaca a importância das regras de conduta e do silêncio para garantir respeito e sobrevivência. A repetição de “you ain’t gotta say nothin’” (“você não precisa dizer nada”) sugere que, nesse ambiente, as ações valem mais do que palavras, fortalecendo a confiança e a cumplicidade entre os envolvidos.

A produção de Metro Boomin intensifica essa atmosfera de autossuficiência e bravata, criando um cenário sonoro que combina com a postura confiante de Future. A música retrata um estilo de vida em que luxo, lealdade ao grupo e aceitação das consequências – mesmo quando estão “fora de suas mãos” – são inseparáveis, refletindo as ambiguidades e complexidades da realidade das ruas.