PLUTOSKI

Dualidade e ascensão nas ruas em “PLUTOSKI” de Future

Em “PLUTOSKI”, Future expõe de forma direta os contrastes de sua trajetória, especialmente ao afirmar “Ridin' with Satan again” (Andando com o diabo de novo). Essa linha destaca como o artista encara sem filtros as escolhas moralmente duvidosas que o levaram do submundo das ruas ao topo do rap. O título da música, que une seu apelido “Pluto” ao sufixo “ski”, simboliza essa transição entre diferentes mundos: do luxo ostentado em versos como “thousand one grams on a chain” (mil e um gramas em uma corrente) e “throwin' a Ferrari inside my ears” (colocando uma Ferrari dentro das minhas orelhas, referência a brincos caros), até a realidade dura do “trappin' out the trap” (vendendo drogas no ponto) e “rappin' and robbin' again” (fazendo rap e roubando de novo).

A letra de Future é marcada por uma tensão entre passado e presente. Ele ostenta riqueza e status, mas não se afasta das origens e dos códigos das ruas. O verso “Street turn a boy to a man” (A rua transforma um garoto em homem) resume essa transformação forçada pela necessidade de sobrevivência. Já a frase “Can't hang with a nigga false claimin'” (Não posso andar com quem finge ser o que não é) reforça a importância da autenticidade nesse contexto. O uso de vozes agudas no refrão, que gerou comparações com Playboi Carti, traz um tom experimental à faixa, intensificando a atmosfera etérea criada pelos sintetizadores. No fim, “PLUTOSKI” é tanto uma celebração do sucesso quanto um lembrete das sombras e cicatrizes do passado, explorando a dualidade entre ostentação e as marcas da vida nas ruas.